Bem, como os leitores do blog sabem, eu estou me recuperando da minha fratura de tornozelo, e por conta disso eu so me locomovo com a ajuda de uma cadeira de rodas.
Sair de casa e muito, mas muito complicado para mim, devido as escadas externas da casa - e por isso quase nao saio. E quando saio, tenho que ter uma plano bem preparado, pois tenho que aproveitar ao maximo a oportunidade de sair.
Nesses ultimos dias, com a chegada do pedreiro/mestre de obras aqui
em casa para a reforma, eu tive que sair para comprar material para ele
poder trabalhar. Entao decidi que iria no Leroy Merlin da Raposo Tavares, o mais proximo da minha casa e iria comprar tudo o que precisasse la, tudo de uma vez. Sai com uma lista imensa de coisas para comprar - de argamassa a azulejos, passando por torneira e cuba, rejunte, ralos, registros, essas coisas.
Bem, vou encurtar a historia - mesmo sendo a loja moderna, ampla e preparada para deficientes e usuarios de cadeira de rodas, nao consegui andar na loja, pois estava toda tomada por pallets de materiais em todos os corredores, impossibilitando a minha passagem por varios departamentos. Resumo? Voltei para casa so com a argamassa, areia, cimento e rejunte, pois a area de materiais basicos estava livre e eu pude circular. Nos outros departamentos nao consegui ver tudo, nem comparar precos, pois tinham corredores que eram inacessiveis.
Quando pedi auxilio de um atendente, ele me sugeriu voltar outro dia. Me senti menos que os outros clientes da loja, por assim dizer.
Me senti tao mal - pois o meu caso e temporario. Imagina as pessoas que passam anos ou a vida como cadeirantes. So posso dizer que nao e facil, na verdade e frustante.
Pronto falei. Desculpem pelo desabafo.......
EDITADO - Fui ao WALLMART ontem fazer compras - na hora de passar pelos caixas, me dirigi ao caixa preferencial para deficientes, e nao e que a cadeira nao passava? Gente, colocam varios caixas como preferenciais, e quando vou passar com a cadeira de rodas, nao passava, o espaco era estreito demais. Dai a caixa vira para mim e fala que nos caixas 1 e 2 (comuns) a cadeira passa e tambem na fila rapida de 10 volumes apenas, tambem passa, mas nao na de deficientes.
Certíssima em falar Jane, realmente não deve ser fácil a vida de um cadeirante em nosso país...aqui em minha cidade o acesso pra cadeirantes é péssimo.
ReplyDeleteBom fim de semana.
Bjinhus
Oi Jane, obrigada pelo visita, pra mim que é uma honra te receber lá! Eu passo pela mesma indignação que vc, na escola da minha filha há uma vaga para deficiente, e a mãe que usava a vaga, pq tinha um filho deficiente se mudo para os EUA, e o povo se achou no direito de se apropriar da vaga, inclusive professores, eu fico morta de vergonha de ver esse exemplo sendo passado para nossos filhos, brigo lá na escola por isso! Meu cunhado sofreu um acidente ahá 5 meses e se encontra paraplégico, eu não quero que minha filha veja aquela vaga ocupada todos os dias e me questione isso! Ela está sofrendo junto com a família a lesão do tio, e por isso repara mais na falta de educação das pessoas vendo a vaga! Vamos lutar juntos e educar nossos filhos, só assim teremos um mundo melhor, sem preconceitos, acessível, sustentável e limpo!!
ReplyDeleteBjos!
Oi Jane ,
ReplyDeleteEssa falta de educação do pessoal das grandes redes de materias é recorrente.
A vc que está cadeirante eles mandam voltar outro dia, comigo que estava com uma roupa simples (calça jeans, blusa de lã e botas) me trataram com se eu você invisível. Ninguém vinha me auxiliar. Tentei fazer orçamento pois os itens eram caros, mas, de raiva, desisti após visitar 2 grandes lojas (Center Castilho, Telha Norte) Em duas outras lojas que meu marido foi sozinho, a primeira pergunta que eles faziam era : -Qual carro o senhor tem? Pois querem que a gente mesmo leve os materiais no carro. Não querem entregar com o transporte da loja. Em resumo comprei todo o material de grande porte na Tumkus e fui super bem tratada por rapazes muito educados. Já as "miudezas" comprei numa lojinha bem simples e pequena de um senhor do meu bairro, que além de tudo ainda retira o entulho. Não sei como é aí no seu bairro, mas ás vezes é melhor a gente prestigiar os comércios locais.
Acho que falta de educação faz parte da cultura dessas grandes redes.
Parabéns pelo desabafo e obrigada.
bjs Andréa
Oi Andrea, nao achei uma maneira de te responder pessoalmente - mas e verdade, existe todo o tipo de descriminacao na nossa sociedade. Entra uma pessoa mal trapilha na vendinha do bairro e mesmo tendo dinheiro para pagar, o pessoal nao atende. Na escola, o grupinho de criancas nao deixa o amiguinho de cor entrar na brincadeira, um cadeirante e invisivel no comercio e ate nas empresas. Existe muita coisa ainda para ser mudada na nossa sociedade/comunidade e familias. Cada gesto, por menos que seja conta: o exemplo que damos aos nossos filhos, a maneira que ajudamos pessoas, como falamos com elas. Tudo isso conta.
DeleteEstar passando por esse periodo me ajudou a ver o mundo com outros olhos, por assim dizer. Temos muito trabalho a fazer.
Beijos e bom final de semana,
Jane
Oi florzinha
ReplyDeletePassei pra desejar um ótimo final de semana cheio de artes e abençõado
Boa recuperação pra ti
beijos
Trabalho na Vigilancia Sanitaria da minha cidade, pela lei temos que cobrar acessibilidade de todos os estabelecimentos que abrem novos, com alterações físicas e contratuais. É uma lei nova e muita gente reclama que vê pela cidade toda imóveis irregulares e que não querem fazer as adaptações na empresa nova por causa disso, só dizemos para eles que neste caso não poderão abrir sua empresa. O triste é ver profissionais de saúde querendo dar a mesma desculpa torpe. Pior, dá para imaginar um profissional de fisioterapia dizendo que uma pessoa com uma deficiencia física (daquelas que tem que passar o resto da vida fazendo fisioterapia) não é o público que eles vão atender e por isso não precisam adaptar o local?
ReplyDeletePoxa Jane...q difícil amiga...sinto muito por toda essa situação...vcdevia ter procurado o gerente e formulado uma reclamação...isso não é justo nem com vc, nem com ninguém q precisa circular na loja e depende de algum artifício cmo caira de rodas, muletas...enfim...lamentável...vc tem toda razão de estar revoltada...é pra ficar mesmo. Bj querida...sorte na reforma e melhoras.
ReplyDeleteThis comment has been removed by the author.
ReplyDeleteDesculpe o comentário acima, a tecla ficou presa. Já que eles agiram assim , creio que o melhor é tornar público o atendimento recebido. Você está numa situação temporária, mas o que podemos fazer pelos que estão definitivamente assim? Fiquei muito incomodada com sua queixa e penso que ela deveria chegar a gerência do estabelecimento. No mínimo eles deveriam destacar um funcionário para te atender e acompanhar por todos os setores. Acho que as tredes sociais servem a esse objetivo. Publica no face ou em outra rede. Veja se a Leroy tem face ou blog e publica lá também. Essa causa não é sua em particular , ela é de todos, também já estive em cadeira de rodas e foi muito difícil. Precisamos nos aproximar cada vez mais de uma sociedade verdadeiramente solidária. Abraço.
ReplyDeleteQue absurdo isso amiga! Passamos por isso com meu pai a alguns anos, quando sofreu um acidente de moto e ficou com a perna toda engessada por 6 meses, era um sufoco mesmo!
ReplyDeleteBjaum